quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A Lenda de Sundiata

          A história de Sundiata é confusa, pois não há muitas informações nas fontes escritas, então a maioria das informações estão presentes nas tradições orais, passando de geração em geração.

         
         O seu nascimento é considerado extraordinário, pois nasceu feio, com deficiência motora e débil em 1210. Filho da segunda esposa do rei Naré Fa Maghan, com 3 anos mal sabia andar e falar. 
        A primeira esposa do rei, nada temeu em relação á este nascimento, pois era impossível um príncipe nascido com essas condições ter a capacidade de governar um reino.
        Porém algo inesperado aconteceu. Sumaoro Kantê, o Rei dos Sossos, invadiu o império de Mali e matou todos os filhos do Rei Naré, menos Sundiata. O menino foi salvo da morte pois sua deficiência não demonstrou perigo.
       O príncipe refugiou-se em Gana e conheceu um mago, que com os seus poderes mágicos, o curou de sua deficiência. Seu exílio durou muitos anos e lá aprendeu a caçar,a lutar e a recitar provérbios que tem a sabedoria de seus antepassados. Recrutou uma boa quantidade de soldados experientes e formou um grande exército.
       Decidido a resgatar o trono de seu pai ao regressar sua terra, passou por todos os reinos que visitou quando foi para o exílio e reuniu mais soldados, arqueiros e cavaleiros formando uma exército maior.
        A notícia de sua chegada gerou grande entusiasmo entre os Malineses, que estavam todos ao lado de Sundiata. Conta a lenda, que tanto  Sumaoro quanto Sundiata eram feiticeiros. Sumaoro era vulnerável ao ferro e o seu animal preferido era um galo branco, em que apenas um esporão de galo branco poderia destruí-lo      
       Sabendo disso, Sundiata construiu um arco de madeira com um esporão branco numa de suas extremidades. O dia da batalha decisiva ocorreu em 1235, e seus adversários mediram forças em Kirina. Na véspera da batalha, concluem o ritual de declaração de guerra:    
   – Eu sou o inhame selvagem das rochas (planta de raiz semelhante à batata-doce). Ninguém me fará sair de Mali- gritou Sumaoro   
   – Tenho no meu acampamento sete ferreiros que te despedaçarão. Então, inhame, eu te comerei – replicou Sundiata   
   – Eu sou o musgo venenoso que faz vomitar os valentes.   
   – Eu sou o galo voraz. O veneno não me preocupa.   
   – Tem cuidado, Sundiata, ou queimarás o pé, porque eu sou um carvão em brasa.    
  – Pois eu sou a chuva que apaga o fogo.    
         No decorrer da batalha, Sundiata armou a flecha no seu arco especial e disparou. O esporão de galo branco roçou o ombro esquerdo do rei Sumaoro. E o monarca sentiu que as forças lhe escaparam. Fugiu e a sua derrota consumiu-se.  
        O príncipe Sundiata o persegui, mas não conseguiu capturá-lo. A cidade de Sosso foi arrasada.Depois da grande vitória de Kirina, o rei Sundiata estabeleceu a capital do reino em Niani, na atual fronteira do Mali com a Guiné. Selou uma grande aliança com os chefes da região, para criar um grande império. Foi aclamado solenemente Mansa – o rei dos reis ou imperador. Nasceu, deste modo, um dos grandes impérios de África, que floresceram na Idade Média. 
      A vitória de Kirina favoreceu a economia. Depois dela, a agricultura desenvolveu-se com o cultivo de arroz, favas, inhame, cebolas e do algodão. O imperador Sundiata controlou o comércio na zona e também as minas de ouro do Gana.  
      No seu apogeu, este império abarcou grande parte da curva do rio Níger. 
     Tal como o nascimento, também a morte de Sundiata está envolvida de mistério. Segundo uma tradição, ele morre no decurso de uma cerimônia, trespassado por uma flecha. Outra tradição diz que morre afogado em circunstâncias inexplicáveis. O que se sabe é que falece por volta do ano 1255.

fonte de pesquisa: http://www.audacia.org


Lice 

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